Presença Ausente. A Saudade na Cultura e no Pensamento Portugueses / Nova Teoria da Saudade.

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“Este é um livro sobre aquele sentimento, difícil de expressar, mas que todos nós experienciamos, mais ou menos intensamente, nalguns momentos das nossas vidas ou mesmo ao longo de toda a nossa existência: saudade. Tem duas partes, que na verdade correspondem a dois livros num só. Na primeira expõe-se e interpreta-se a presença deste sentimento em muitas obras da cultura e do pensamento portugueses, desde os Cancioneiros medievais até à actualidade. Na segunda, apresenta-se uma nova teoria acerca da natureza profunda deste sentimento, defendendo-se a sua universalidade e centralidade, não só no íntimo da experiência humana, mas em todo o ser dotado de consciência e sensibilidade e mesmo em todo o cosmos”

ÍNDICE

Introdução
I

A SAUDADE NA CULTURA E NO PENSAMENTO PORTUGUESES

1. “Ai eu, coitada! – como vivo / en gran cuidado – por meu amigo / que ei alongado!”. Coita amorosa, descentramento e saudade nos Cancioneiros
2. “[..] do desejo da única salvação possível”. Saudade, saúde e salvação. A teoria filológica de Carolina Michäelis de Vasconcelos e a saudade como aspiração à integridade, plenitude e totalidade
3. “[…] huu sentido do coraçom que vem da senssualidade, e non da rrazom”. Saudade, deleitação e folgança em Dom Duarte
4. “Ai Deus, quando te verei? Veja-te eu, já, e custe-me a vida!”. Saudade de Deus e visão mística em Frei Sebastião Toscano
5. “[…] a saudade escreve e eu traslado”. Amor e saudade em Luís de Camões
6. “No meo desta Serra, onde se cria / Aquela saudade d’alma pura”. A “divina saudade” e sua presença cósmica em Frei Agostinho da Cruz
7. “[…] um suave fumo do fogo do amor”, “um mal, de que se gosta, e um bem, que se padece”. As duas saudades em Dom Francisco Manuel de Melo
8. “[…] onde o ausente é comida, as saudades são fome”. A teologia da saudade no Padre António Vieira
9. A saudade implícita nalgumas fontes portuguesas de Teixeira de Pascoaes: Antero de Quental, Guerra Junqueiro e Sampaio Bruno
9. 1. “Um espírito habita a imensidade: / Uma ânsia cruel de liberdade / Agita e abala as formas fugitivas”. A evolutiva aspiração cósmica em Antero de Quental
9. 2. “[…] amor infinito, vencendo infinitamente a infinita dor”. A aspiração evolutiva divino-natural em Guerra Junqueiro
9. 3. “[…] anelo do regresso ao espírito puro”. Perfeição, diferenciação e reintegração em Sampaio Bruno
10. “O homem, o próprio mundo passará, / Mas a Saudade é irmã da Eternidade”. Saudade e saudosismo em Teixeira de Pascoaes
11. “[…] de que raio têm saudades vocês todos, santo Deus?”. A crítica do saudosismo em António Sérgio
12. “Saudade… […] movimento pendular do coração”. Saudade e criacionismo em Leonardo Coimbra
13. “[…] a saudade de outra coisa”. Saudade da pré-existência, saudade “do que nunca houve” e ânsia de ser tudo em Fernando Pessoa
14. “[…] o ensimesmar-se e o exsimesmar-se”. A fenomenologia da saudade em Joaquim de Carvalho
15. “[…] permanente chama de aspiração”. As objecções e complementos de Sílvio Lima à teoria da saudade de Joaquim de Carvalho
16. O “mistério” de “outra Saudade mais que humana”. Nada, Espírito e Saudade em José Marinho
17. “[…] anseio do longe”. Saudade, comunhão cósmica e não-ocidentalidade da cultura portuguesa em António José Saraiva
18. O “instante de ouro” e a “força sobre-humana”. Experiência mística e saudade em Dalila Pereira da Costa
19. O “regresso” à “terra incircunscrita do Instante”, “nossa pátria ilimitada e natural”. Do labirinto da saudade ao fio de Ariana do Instante em Eduardo Lourenço
20. “Até a fim do mundo” ou da Saudade como potência de ressurreição. O mito do amor de Pedro e Inês na pintura de Lima de Freitas
Conclusão

II

NOVA TEORIA DA SAUDADE

1. Saudade e Saúde. Saudar e Salvar. Para uma teoria das duas saudades
2. Saudade, englobância e incoincidência. Uma reflexão a partir de António Braz Teixeira
3. Suydade: experiência do sy abyssal e caósmico